Unicamp tem queda no interesse por graduações ligadas à Educação Básica, e especialistas preveem ‘apagão’ de professores
Um levantamento feito pelo g1 com dados da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Ministério da Educação mostram uma queda no interesse por graduações destinadas a formação de professores da educação básica. Enquanto o número de inscritos no vestibular vêm diminuindo, o índice de abandono aumentou entre os que estão cursando.
Na realidade a evolução da educação foi mais lenta e difícil do que o esperado. Há um claro descompasso entre as expectativas e a realidade. Sem dúvida houve avanços significativos no redesenho de escolas inovadoras, mais participativas e democráticas, com mais ênfase em projetos, experimentação, metodologias ativas. Houve avanços na universalização do acesso, na avalição de desempenho. Mas o cenário geral é bastante decepcionante: escolas ainda muitos burocráticas, pouco criativas, infraestrutura precária, docentes sobrecarregados e com formação continuada deficiente.
O que aprendi sendo professor na escola pública por um ano
Aprendi que o trabalho é uma necessidade, e que muitos veem mais sentido em trabalhar do que em estudar. Aprendi que, para a maioria, a hora da merenda é sagrada e é o que mais gostam na escola. Aprendi que os conflitos familiares dificultam a aprendizagem. Aprendi que o estado emocional dos alunos afeta o seu desempenho na escola. Aprendi que as questões de saúde afetam o corpo e a mente, sobretudo os muitos casos de transtornos de aprendizagem mal diagnosticados. Aprendi que muitos suportam diariamente dificuldades que eu não vivi como estudante. Aprendi que a saúde mental da nossa juventude importa, e muito. Aprendi que o estudante de escola pública, na “corrida da vida”, larga atrás de quem estudou a vida toda em escola privada. Por fim, resta pouco tempo para exercer nossa função por ofício: ensinar.
Nova publicação ressalta a ‘necessária aliança entre ciência e educação’
O Dia do Professor marcou o lançamento do documento “A necessária aliança entre ciência e educação” pela Academia Brasileira de Ciências (ABC), fruto de discussões de um grupo de trabalho de professores, pesquisadores de diferentes áreas e jornalistas. O coordenador do grupo e também coordenador da Rede CpE, Roberto Lent, faz votos de que “o documento seja lido por quem pode transformá-lo em consequências práticas e objetivas tanto pra ciência como para a educação”.
Se a educação não é sazonal, por que o seu financiamento é?
É fácil entender que a educação básica exige esforço e financiamento a longo prazo. De acordo com o artigo 205 da Constituição, a educação básica é um direito de todos, e, por isso, demanda planejamento, dedicação e recursos para todos os cidadãos. A educação não é sazonal, pelo contrário, é uma necessidade contínua.
Currículo inclusivo é o caminho para combater o racismo estrutural nas escolas brasileiras
O racismo estrutural e a discriminação colocam crianças e adolescentes em risco de privação e exclusão que podem durar a vida toda, o que prejudica a todos nós, segundo Catherine Russel, do Unicef.
Taxa de alunos que chegam direto à universidade é quase o triplo nas escolas particulares
Segundo os dados do Censo do Ensino Superior, divulgados nesta quinta-feira (3), 59% dos jovens que concluíram o ensino médio em escola particular em 2022 ingressaram em uma graduação no ano seguinte. Entre os alunos egressos de redes estaduais, esse percentual é de 21%.
O ensino primário, secundário, profissional ou universitário já não é entendido como um quadro de integração universal e de igualdade de oportunidades, mas como outra forma de competição, distinção social e elitismo. Há cada vez mais contradições entre o espírito inclusivo e democratizante das leis educativas e as práticas quotidianas que, paradoxalmente, tendem a expulsar do sistema os mais desfavorecidos – sejam quais forem as suas diferenças – e, portanto, reforçam a desigualdade.
Salário de professores no Brasil é praticamente a metade da média dos países ricos, aponta OCDE
Os salários dos professores do Ensino Fundamental II no Brasil são, em média, de US$ 23.018 por ano (equivalente a cerca de R$ 128 mil). O valor é praticamente metade (47% abaixo) dos US$ 43.058 (em torno de R$ 237 mil) anuais pagos pelos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de acordo com o estudo Education at a Glance 2024, publicado nesta terça-feira (10), pela própria organização, grupo do qual o Brasil não faz parte.
Segundo o documento, os professores dos anos finais do ensino fundamental têm carga de 800 horas letivas ao ano, enquanto a média da OCDE é de 706 horas anuais.
Os professores dessa etapa também têm uma média de 22 alunos por turma. A média da OCDE é de 13 alunos por sala.
O impacto potencial da Inteligência Artificial na equidade e inclusão na educação / OCDE
Este documento de trabalho analisa o impacto da Inteligência Artificial (IA) na equidade e inclusão na educação, com foco em ferramentas de IA centradas no aluno, lideradas pelo professor e outras ferramentas institucionais de IA. Ele destaca o potencial da IA na adaptação do aprendizado, ao mesmo tempo em que aborda desafios como problemas de acesso, vieses inerentes e a necessidade de treinamento abrangente de professores. O documento enfatiza a importância de equilibrar os benefícios potenciais da IA com considerações éticas e o risco de exacerbar as disparidades existentes. Ele destaca a necessidade de abordar preocupações de privacidade e éticas, aprimorar a capacidade de resposta cultural, gerenciar o capacitismo tecnológico e fornecer aprendizado profissional contínuo em IA.
O motivo para esta comparação surgiu a partir de uma pesquisa divulgada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, o cetic.br, que aborda o uso das tecnologias, informação e comunicação nas escolas brasileiras no ano de 2023. Os resultados foram escandalosos quando se avaliou a relação entre conectividade e o estudo. Os absurdos não param por aí, a falta de energia elétrica também teve uma presença marcante na pesquisa.
SBPC expressa preocupações sobre o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial
A SBPC enfatizou a necessidade de um foco maior no impacto social, especialmente no campo da educação, no qual a IA pode comprometer o papel formador dos professores. Além disso, a instituição pleiteia a criação de uma Ouvidoria eficiente para lidar com abusos relacionados à IA e sugere melhorias na governança e no monitoramento de programas educacionais, como o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) e o Programa Universidade Para Todos (Prouni).
Por que o Brasil só cumpriu 20% das metas do Plano Nacional de Educação?
(…) o PNE também determinou que o país investisse 10% do PIB (Produto Interno Bruto) em educação até, justamente, este ano de 2024. Há dez anos, portanto, o Brasil assinou a decisão de encarar o desafio de alcançar uma meta crucial para o desenvolvimento social e econômico do país. Porém, segundo o último relatório de monitoramento da lei, feito pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) em 2023, o investimento brasileiro em educação pública chega hoje a apenas 5,5% do PIB.